quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Análise - Beyond Two Souls

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    Olá leitores do Sullivan Project, tudo beleza com vocês? Venho aqui trazer a segunda review do dia. Lembrando que meu objetivo aqui não é dizer se o game vale ou não a pena jogar, dizendo os pontos positivos, negativos e neutros e deixando por vocês decidirem se vale a pena gastar dinheiro no jogo ou não.

    Não tenho Beyond Two Souls, zerei na casa de um amigo na plataforma do Playstation 3 e só onde vocês conseguirão jogar pois é um exclusivo. Para falarmos sobre a exclusividade, produtora que fez o game, etc. Vamos logo a parte wikipédia da análise.

Momento Wikipédia: 
    Beyond: Two Souls (Beyond: Duas Almas, ou O Além: Duas Almas), é um videojogo thriller/psicológico/espiritual produzido pela Quantic Dream em exclusivo para a PlayStation 3 editado a 8 de Outubro de 2013 na América do Norte e a 11 de Outubro de 2013 na Europa. Jodie Holmes, a personagem principal, é interpretada por Ellen Page via captura de movimentos.

Voltando a nossa Análise: 
    É isso ai, pelo nosso momento wikipédia, você pode notar que o game é exclusivo para Playstation 3 e produzido pela Quantic Dream, a mesma produtora do lendário Heavy Rain (um game que sou fã pra caralho). Durante o jogo, você se mete muito com a espiritualidade fictícia do game e algumas fases com climas de terror estilo Poltergeist (Go into the light Carol Anne), e este clima de terror é mais exclusivo das frases em que Jodie Holmes, a protagonista ainda é uma criança e está "desvendando" seus poderes. Mas apesar destes temas, o principal do jogo é mexer com o psicológico do jogador, fazer você pensar sobre o que é certo e errado e se envolver no drama do enredo e da protagonista. Como puderam ver também, a protagonista chamada Jodie Holmes é interpretada por Ellen Page, muito boa escolha dos produtores na minha opinião e visivelmente a interpretação de Ellen Page dá uma vida a mais para a personagem. Bom, essas são as informações básicas, agora vamos aos pontos positivos e negativos.



Pontos Positivos: 

1º - Enredo de outro mundo. Literalmente! A história envolve muito um mundo fictício onde ficam mortos e entidades que se chama Inframundo (sacaram a piada agora?). Mas falando sério, o enredo de Beyond Two Souls é bom pra caramba. Ele pode ganhar muitos e muitos jogadores com uma história fantástica, disso eu não tenho dúvidas, não basta ser complexo, incrivelmente detalhado e cheio de surpresas, ele ainda tem que ser muito envolvente, quanto mais você joga, mais você precisa saber o que vai acontecer a seguir, qual vai ser o desfecho da história, por que tudo aquilo está acontecendo, etc.

2º - Ano passado eu pensava: 'Como diabos alguém vai superar Halo em gráficos?' Passou-se um tempo e veio The Last of Us, meu pensamento muda... 'É agora que a geração acaba tendo The Last of Us como os melhores gráficos desta geração'. Como eu fui ingênuo, veio Beyond Two Souls e mudou qualquer perspectiva. Os gráficos aqui são simplesmente surreais, digo no nível de fazerem Assassins Creed e Grand Theft Auto não serem tão bons assim. A fase em que se luta com policiais em cima de um trem (quem quiser, é a parte da demo, sem precisar pagar nada, vejam por vocês mesmo) e está chovendo, ali fica bem claro que em Beyond Two Souls, quando se fala de gráficos, o negócio fica mais sério.
    Há tempos que se sabe que um exclusivo, pode trabalhar muito melhor os gráficos, pode explorar muito mais a única plataforma para qual sairá e assim sai na frente dos multiplataformas. Por isto gráficos de Assassins Creed e Grand Theft Auto sendo multiplataformas e ainda assim fodas para caramba merecem ser respeitados mas se você gosta de gráficos fodas, exclusivos sempre são uma boa e Beyond Two Souls soube trabalhar isso muito bem proporcionando aos Sonystas uma experiência gráfica surreal.

3º - Você na história é o terceiro ponto positivo. O jogo tem a incrível capacidade de mergulhar o player no enredo. Como faz isso? Primeiro sendo incrivelmente envolvente e misterioso e segundo, por causa da protagonista, Jodie Holmes. Com certeza você "adota" a dor da protagonista que desde criança é tratada como uma cobaia. Você se interessa por ver como a vida dela vai deslanchar e principalmente, você sente necessidade de desvendar os mistérios que o jogo te apresenta como o Inframundo por exemplo. Esse ponto puxa o do enredo foda pois você com certeza se decepcionaria de embarcar em um enredo ruim. O que aqui, com certeza não é o caso.

4º - Como disse lá em cima, o jogo faz você refletir, uma história totalmente fictícia, sem relação com a realidade consegue se relacionar com a vida real de tantas maneiras. O enredo te faz refletir sobre o que é certo ou errado, pense um pouco comigo, se uma pessoa tivesse os poderes que a Jodie tem no jogo, e fazer estudos com essa pessoa pudesse nos fazer progredir na área da ciência, acabar com doenças, melhorar a vida do resto das pessoas mas para isso fosse necessário, se precisasse tratar a pessoa como uma cobaia, faze-lá viver trancada e sob diversos experimentos todos os dias. Será que seria justo?
    Não só nesse nível, mas o jogo também mexe com algo muito sério principalmente para os Estados Unidos que é o exército. O exército é promovido pelas mídias dos Estados Unidos como perfeito, que sempre pensa em ajudar as pessoas, lutas por seus pais e outras baboseiras. Beyond Two Souls nos mostra outra perspectiva sobre isso, mostra um exército que quando necessário é desleal e sanguinário. Isso foi uma flechada no peito do patriotismo o que pode de certa forma influenciar nas análises de Beyond Two Souls que não foram tão positivas.

5º - Um game com um final simplesmente acontece e fim. Um game com diversos finais é totalmente diferente, você tem uma escolha a fazer que vai definir como foi sua experiência com o game, você tem uma sensação maior de controle e uma liberdade a mais. Neste quesito, Beyond Two Souls é muito foda pois você tem simplesmente 6 (seis) finais (dizem que mais de vinte se contar com as variações). É algo que sempre dá valor a mais para o enredo.


Pontos Negativos: 

1º - Cronologia é sem dúvida o que mais me irritou o jogo inteiro. Lembra quando falei sobre o enredo? Disse que uma das coisas que mais te prendia a ele era precisa saber o que acontecia em seguida, mas aqui, o que acontece em seguida pode não ser o que acontece em seguida. WTF Sullivan? É simples, eu explico, o jogo tem uma cronologia diferente do normal, ou seja, não é começo - meio - fim. Já vimos isso diversas vezes, como por um exemplo um filme que começa do fim ou do meio nos primeiros minutos e depois volta pro começo. Ou então algo que começa pela metade, vai até o fim e o início é o começo. Normalmente, essas cronologias ficam fodas pra caramba. Então qual o problema? É que neste quesito, Beyond Two Souls definitivamente quis inovar demais, a história começa lá no fim, tudo bem, ela volta pro começo, ainda tudo bem, então você vai pra sua adolescência e depois volta pra criança e depois vai pro fim de novo e continua nessa, nenhum nexo e nenhuma ordem aparente. A história simplesmente vai trocando de tempos cada fase, você animado com um enredo no clímax e na próxima fase pode ter que jogar com ela criança novamente. Acho que teria ficado melhor fazer aquele prólogo do fim e então voltar ao começo e seguir até o fim assim.
    E esta cronologia falha cria alguns detalhes estranhos como você tomar uma facada quando adolescente e não ter mais marca dela quando adulta.

2º - O jogo engana você! Por que eu digo isso? Por causa de uma não-linearidade falsa que ele apresenta. O jogo tem 6 (seis) finais por isso não dá pra dizer que ele é linear, entretanto, ele não é tão livre quanto aparenta ser, a cada minuto de jogo você se depara com reações diferentes que Jodie pode ter e você escolher, entretanto, essas escolhas sempre levam ao mesmo lugar. Como assim? Vou tentar explicar dando um exemplo, no começo, quando Jodie tem que demonstrar seus poderes a Nathan Dawkins e o Cole, uma mulher em outra sala segura um cartão com um desenho e você na sua sala tem a opção de vários desenhos e entre eles está o que a mulher segura. Você precisa ver com o Aiden qual é o desenho e indicá-lo, em seguida, ocorre umas tretas e você tem que assustar a mulher na outra sala usando o Aiden, você pode destruir tudo e causar uma confusão do cacete fazendo a mulher ficar na parece chorando e gritando. Então refaça a fase, erre o cartão desta vez (indique o desenho errado) e faça o mínimo de destruição possível na hora de assustar ela, o resultado da fase é o mesmo, a mulher gritando e chorando igualzinho seria se você tivesse escolhido o outro game. O jogo inteiro se desenrola assim, apresentando diversas opção e levando sempre ao mesmo caminho.

3º - Falta de dificuldade! Sempre reclamamos que jogos atuais são fáceis pra cacete certo? Reclamamos que jogos como Assassins Creed, Call of Duty, etc, poderiam ser muito mais difíceis. Quem joga Beyond Two Souls e gosta não pode reclamar de nenhum destes games atuais. Por que o game tem dificuldade 0, literalmente 0, não tem como morrer, não tem como falhar, não existe Game Over e você sempre consegue passar nas missões. Mesmo que você erre tudo, que você nem esteja olhando a tela, o Aiden aparece e te salva da situação que você estiver. Acho que nem preciso explicar por que isto é ridículo.

4º - O motivo que mais fez as análises por aí não serem tão boas. O motivo de muita reclamação que é... Cadê a jogabilidade? Cadê o gameplay? O jogo mais parece um filme do que um jogo, a falta de dificuldade e o fato de você não poder correr com a Jodie fortalecem demais isso. Sei que muitos consideram inovador mas eu por minha parte considerei isso ruim, muito ruim. Precisava de mais ação, precisava de um jogo e não de um filme, tem horas que você se questiona se aquilo é um gameplay ou não. E para quem gosta de ver a história no Youtube antes de comprar um jogo, cancelem isso na hora, ver no Youtube e ir jogar no caso de Beyond Two Souls acaba totalmente com a graça do jogo.

Pontos Neutros: 

Nenhum ponto neutro relevante.


    Bom, então vamos ao enredo, lembrando que pode haver alguns spoilers mas não tão comprometedores, tento ser o máximo discreto possível nesta seção:

    O jogo leva você a pele de Jodie Holmes por quinze anos (dos 8 aos 23 anos da vida dela) que tem ligada a ela, uma entidade sobrenatural denominada por ela de "Aiden" aparentemente do sexo masculino. O jogo foca muito na busca de Jodie por saber e entender o que é e quem é Aiden e também sobre o que acontece após a morte. Existe também um local chamado Inframundo para onde vão os mortos e onde ficam as entidades tanto boas quanto ruins. Na história, começa com Jodie fugindo da CIA por um motivo não conhecido, nisto ela acaba encurralada por agentes armados e a cena muda para um homem chegando até o local e vendo todos os agentes da CIA mortos. A história retorna para quando ela era criança, ela é cuidada por um pai que a acha um monstro por causa de Aiden e por uma mãe que gosta dela mas acata tudo que o pai fala. Não demora muito até eles entregarem Jodie a um instituto de pesquisa ou algo do tipo onde Jodie viverá como cobaia, entretanto, neste instituto, ela conhece o homem do começo do jogo que ve os soldados mortos, seu nome é Nathan Dawkins e ele tem um assistente chamado Cole.
    Então você viverá com eles durante anos criando uma relação muito forte com eles até que a CIA exige que você vá treinar com eles e você tem que abandonar sua vida novamente, na CIA ela conhece outro personagem importante, Ryan. Para não dar spoilers, paro por aqui mas o jogo tem muitas e muitas diferentes fases da vida dela, como por exemplo ela criança que tem um clima bem Poltergeist, ela adolescente como detetive paranormal (Yusuke Urameshi style), ela sendo treinada pela CIA, fugitiva da CIA, etc.
    Não vou falar o final para não dar spoilers mas ele deixa claro que haverá um Beyond Two Souls 2 onde provavelmente o foco voltará totalmente para o Inframundo e as entidades ruins apresentadas ao longo do primeiro game. E Jodie provavelmente será uma das personagens principais novamente.

    Bom, uma das coisas que chamou muita atenção foram as análises não muito boas do game. Vamos comentar um pouco sobre elas:

    Recebeu um 5 de 10 da Destructoid e da Edge, muitas notas 6, muitas notas 7, e alguns "10" como o 5 estrelas de 5 da Rev3Games. A média do game no geral não passou de 7, a maioria dos fãs considera injusta, eu não tenho confiança suficiente para dizer se foram justas as notas ou não. Só acho que o argumento de que é muito inovador para as pessoas entenderem é muito furado visto que jogos como Heavy Rain, Portal, Stabley Parable, etc, recebem notas boas e são otimamente compreendidos mesmo sendo "revolucionários". Entretanto, também acho que ferir o patriotismo americano foi um forte motivo para as notas baixas, afinal, as grandes analisadoras são todas americanas.

E para terminar, vamos falar sobre o preço do game:
    Como esperado de todo game lançamento, ele chegou por U$ 60,00 na PSN americana, R$ 200,00 na PSN brasileira e R$ 200,00 em mídia física. Já se passou um mês e uma semana desde o lançamento do game e hoje fiz uma pesquisa sobre o game por preços variados. Achei a mídia física na maioria dos lugares por R$ 120,00 a R$ 130,00. Ainda achei muitas por R$ 200,00. Achei uma usada por R$ 90,00 e na PSN americana o preço continua o mesmo.


    Bom, é isso aí galera, espero que tenham gostado, semana que vem tem +2 reviews e não uma (podem considerar uma série double se quiserem) mas as duas não serão de games. Fiquem ligados que ainda essa semana tem o primeiro Giro de Notícias.


2 comentários:

  1. Bom post, reparei em uma parte ou outra que ficou meio ruim de entender. Uma dica boa pra corrigir isso é você fazer o post num dia, chamar uma outra pessoa pra revisar o texto, no dia seguinte você revisar também e só então publicar.

    Ah, também seria bom você deixar mais fácil pra comentar, ter que digitar um captha dificulta a toa. Pra fazer isso é só ir no painel de controle do blog > Postagens e comentários > Comentários > Mostrar verificação de palavras e selecionar 'Não'.

    Quanto ao jogo, 200 reais por um 'filme'. Ô Sony, por duzentos reais eu arranjo coisas que me divertem bem mais que um filme. kkkkkkkkk

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